Por Salézio Dagostim

Em toda ação, para alcançar o seu objetivo, é necessário estabelecer um propósito com um foco definido. Se o propósito da ação for a valorização do contador, é preciso concentrar a atenção no profissional e no que ele faz de útil pela sociedade.

A valorização da profissão passa, inevitavelmente, pelo reconhecimento das obrigações profissionais do contador, e isto deve começar nas instituições de ensino superior, onde o próprio aluno precisa entender para que serve a sua profissão. Esta definição tem que ser precisa e conhecida por todos.

O futuro contador precisa saber que seu campo de estudo, a “contabilidade”, pertence à área do conhecimento que estuda o patrimônio monetário das pessoas para oferecer a sua devida proteção. O campo de atuação do contador é o “patrimônio”. A sociedade precisa ter ciência do quanto esta relação é intrínseca. Sempre que o assunto envolver o patrimônio monetário (valor, rentabilidade, movimentação, ativos, passivos, custos, receitas, despesas, preço de venda, fluxo de caixa, pagamentos em dia, lucros, prestação de contas etc.), a sociedade precisa saber que é um assunto do “contador”.

Sendo assim, é preciso difundir mais o termo “patrimônio”, esclarecendo a sociedade a respeito. É preciso mudar o conceito que foi transmitido à sociedade, ao longo do tempo, de que “contabilidade” é um sistema burocrático que gera obrigações.

A sociedade precisa entender que quando se fala em “contabilidade”, está se falando de “patrimônio”, que quando se fala em “contador”, está se referindo ao profissional que cuida da saúde patrimonial das pessoas. Da mesma forma que quando se fala em “advogado”, está se falando do profissional que cuida das leis; que quando se fala em “médico”, está se falando do profissional que cuida da saúde do corpo humano, e assim por diante; quando se fala em “contador”, está se falando do profissional que cuida do patrimônio, para que a pessoa jurídica prospere, gere emprego e renda.

A sociedade precisa saber que manter escrituração em forma contábil é manter escrituração para apurar o patrimônio, que registrar os fatos contábeis é registrar os fatos patrimoniais, que cuidar da contabilidade é cuidar do patrimônio, que “ter contabilidade” é ter um sistema que cria o patrimônio, que sem patrimônio nada se produz. Todos precisam conhecer a composição do seu patrimônio, como ele foi e como vem sendo gerido, e a participação do contador neste processo é fundamental.

De novo, a sociedade precisa entender que o “contador” estuda o patrimônio monetário das pessoas jurídicas para que elas prosperem, gerem lucro e renda, mantendo a estabilidade dos agentes econômicos e da sociedade.

Parece-nos inócuo realizar campanhas publicitárias para dizer que o profissional contábil é essencial para todos, porque isto não esclarece ou chama a atenção dos entes públicos e da sociedade. É preciso, então, organizar campanhas e ações publicitárias para mudar a forma como o contador é visto pela sociedade, para que, enfim, ele obtenha a valorização e o reconhecimento de que tanto necessita.

*SALÉZIO DAGOSTIM é contador, professor da EBRACON, fundador e ex-presidente do SINDICONTA-RS e da APROCON CONTÁBIL-RS, presidente de honra da APROCON BRASIL e sócio do escritório contábil estabelecido em Porto Alegre (RS), Dagostim Contadores Associados. Contato: salezio@dagostim.com.br   

Comentário em “”

  1. Bom dia, Dagostim infelizmente é dificil acreditar que mostrar o que é contador e qual sua importância é como vc mesmo diz inócuo, o que precisamos é que o regramento seja claro e que tira das costas do profissional a responsabilidade que cabe ao empresario, hj a tecnologia esta ai para resolver muitos dos problemas que existe qdo algum procura um profissional pra constituir uma empresa, ou mesmo para deslocar de um profissional para outro, a meu ver pelo menos aqui onde estou lotado existe uma prostituição qdo se fala em honorarios, tbm muitos escritorios fazem a captação de clientes e o serviço é feito de forma a só gerar os honorarios para eles a contabilidade de fato fica em segundo plano, como disse hj assinamos digitalmente os contratos e alterações então junto deferia ir o contrato de prestação de serviços contabeis inclusive os valores cobrados e tbm um termo onde deixa claro essa questão de responsabilidade, ou seja, se para de pagar por 3 meses o serviço é suspenso, parando os serviços todas as responsabilidades recai sobre o empresario, se ele quiser trocar de profissional pode desde que o atual esteja com a contas em dia, todas as multas oriunda da suspensão das obrigações acessórias é do empresário, precisamos de uma tabela minima, pois acaba com a prostituição de vlrs cobrados, se um escritorio consegue cobrar vlrs acima mérito dele só podemos dar parabens mas o vlr base não pode ser inferior se qual escritorio ele vá. Portanto se fosse mencionar tudo seria preciso escrever um livro, agora concientizar é pouco efetivo em um pais que as pessoas são o oposto, temos orgãos importantes tomando atitudes incosequentes, mas essa é uma simples opnião sobre a categoria que hj faço parte mas estou pensando seriamente e deixar de fazer.

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